Outros tantos são filmes co-produzidos com importantes cineastas contemporâneos, Vladimir Carvalho, mestre do cinema documentário da Universidade de Brasília (O Evangelho Segundo Teotônio, Vila Boa de Goiás) , Hermano Penna (Aos Ventos do Futuro), Sérgio Rezende (Sertão Sertões, Arraes Taí, O Sonho não Acabou), Antônio Carlos da Fontoura (1ª. Bracelona), João Batista de Andrade (Céu Aberto), Tomaz Farkas (Autobiografia do Fotógrafo) Alberto Graça (Memória do Medo).
EVENTOS
1º BRACELONA - Brasília Arquitetura em Movimento
BARCELONA 2012
A epopeia das filmagens do filme CÉU ABERTO, de João Batista de Andrade.
O ano era 1985, justamente o ano em que vivíamos dois grandes e inesquecíveis momentos da vida brasileira. Um fortemente ligado ao outro. Um político, o fim da Ditadura Militar. O outro, trágico, a doença e morte do Presidente Tancredo Neves, eleito contra o candidato da Ditadura, Paulo Maluf.
Um documentarista como eu não podia deixar passar um momento tão delicado e importante sem filmar. A decisão foi tomada em São Paulo, onde estava internado e morreu Tancredo Neves. Mas era fundamental pensar num trajeto cinematográfico de São Paulo para Brasília, acompanhar o épico traslado de Tancredo até sua terra natal. De Brasília para Belo Horizonte e finalmente a terra natal do presidente, São João del Rei.
E então conseguimos incorporar à equipe um amigo, cineasta, produtor, que foi fundamental para a realização de nosso projeto: Armando Lacerda, justamente de Brasília, ponto central de nossa trajetória, até São João. Conhecendo o Armando, confiei plenamente em sua capacidade de nos colocar, eu, o fotógrafo Chico Botelho com sua equipe, nas horas certas e nos lugares certos para filmar a trajetória triste e politizada de Tancredo.
E foi o que aconteceu. Seguimos de perto toda a concorrida viagem até o ainda mais politizado, o enterro de Tancredo, com o histórico discurso de Ulisses G|uimarães ligando eternamente Tancredo à Democracia. E foi na Capital Federal o ponto alto da ação do Armando: conseguiu parar um avião que já taxeava no aeroporto de Brasília para levantar vôo com parlamentares para Belo Horizonte. Armando fez parar o avião e embarcamos. Sem isso, não teríamos conseguido chegar em BH e, depois, em São João del Rei.
Fomos até o fim. Queríamos que o registro histórico fosse completo. E não há material cinematográfico ou jornalístico mais revelador do que em nosso filme, Armando.
E por isso é tão premiado.
João Batista de Andrade
Diretor